Terça, 02 Julho 2013 11:02

Testemunho 2

No ano de 2003, estávamos iniciando os trabalhos de resgates na Comunidade Santos Inocentes. Eu, Tânia, e o missionário Ari, nos preparamos para realizar o primeiro trabalho de resgate feito na rua...

 

 

Era um colégio próximo à paróquia que nós participamos. Nesse dia, o colégio estava sendo usado como zona eleitoral. Devido a um imprevisto, o Ari não pôde permanecer comigo no resgate. Precisei pedir ajuda a uma pessoa conhecida para segurar os cartazes que seriam usados para conscientizar as pessoas sobre o mal do aborto. Essa referida pessoa, “Maria”, ficou muito nervosa ao ouvir o meu convite para que segurasse os cartazes para mim. Mas, com muita dificuldade, acabou segurando.

Fiz o trabalho de conscientização com todas as pessoas que estavam na enorme fila ao redor do colégio. Muitas foram profundamente tocadas com as imagens que nós mostrávamos sobre a realidade do aborto. Outras se aproximavam de nós buscando mais informações.

Mas ao término do trabalho, estranhando muito o nervosismo da “Maria” em segurar os cartazes, procurei saber dela se estava tudo bem. Muito nervosa ela me confessou que estava grávida de oito semanas (mesma idade do feto representado no cartaz que ela segurava para mim), resultado de um estupro de que ela tinha sido vítima na rua quando chegava da missa.

Profundamente abalada, ela me disse que não sabia o que fazer, pois sua mãe já estava providenciando uma autorização na justiça para poder realizar o aborto. Depois de me acompanhar durante todo aquele tempo e ver que a pessoa que estava dentro dela já tinha até um coração, ela ficou perturbada, pois já não sabia o que fazer.

Primeiramente eu ofereci todo o nosso apoio, deixando claro que ela não estava sozinha e mesmo que a mãe dela não a ajudasse, nós a ajudaríamos. Depois de muito conversar e orientar novamente sobre o que aconteceria com ela e com a criança caso ela fizesse a opção pelo aborto, mesmo muito insegura, ela me disse que não iria abortar, já que nós iríamos ajudá-la.

Contudo, a mãe da “Maria” não quis saber de conversa e acusou-nos de todas as coisas possíveis. Foi uma grande batalha que, durante sete meses, com a força de Jesus, nós travamos ao lado da “Maria”.

Oferecemos todo o apoio durante a gravidez: cesta-básica, enxoval, transporte para as consultas médicas e, principalmente, apoio emocional e espiritual, pois a “Maria” não contava com o apoio nem da família, nem dos amigos.

Por fim, Ela venceu. Graças a Deus o “Pedro” nasceu e é um menino lindo, inteligente e doce. É meu afilhado. E cada vez que ele me olha nos olhos e diz “madrinha, posso ir para sua casa hoje?”, meu coração estremece e o meu chamado para resgatar vidas do aborto é renovado.

O “Pedro” é, para nós da Comunidade, uma prova viva de que uma violência não justifica outra.

Santos Inocentes Mártires, rogai por nós! 

Nota: A Comunidade utiliza o nome fictício "Maria" para cumprir a promessa de que a identidade das pessoas não seria revelada nos testemunhos.

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